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Notícias Ensino a distância cresce 1.060% em cinco anos
Ensino a distância cresce 1.060% em cinco anos PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Revista Gestão Universitária   
Qua, 14 de Dezembro de 2005 21:00
Alan Amaral

O sistema de educação a distância (EAD) vem escrevendo nos últimos anos uma intensa história de participação junto às instituições de ensino no país, pautada, em especial, pela ampliação na oferta de cursos, que já incluem programas para formação de professores - como licenciatura e bacharelado -, além de cursos técnicos, de graduação, pós-graduação (especialização e mestrado) e extensão. De acordo com o Ministério da Educação, o segmento de ensino a distância cresceu, entre 2000 e 2004, cerca de 1.060% no país, passando de dez para 106 cursos dessa modalidade.

Adotando os mais diversos meios de comunicação - seja internet, material impresso com distribuição via Correios ou sistema de videoconferência - a modalidade já desponta como um dos principais instrumentos na formação do brasileiro. Apesar da profissionalização do setor, especialistas em educação afirmam que ainda há um certo preconceito acerca da eficácia da EAD e que a principal orientação é verificar, junto aos órgãos federais e estaduais, a legalidade das organizações que oferecem esses programas de ensino.

De acordo com a doutora em educação e comunicação, Lynn Rosalina Gama Alves, a Bahia é hoje palco de uma série de ações nesse segmento, como a recente aprovação, pelo Ministério da Educação (MEC), do credenciamento da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) para oferta de cursos a distância. Junto com esse credenciamento, foi aprovada também a realização dos cursos de química e letras, para professores da rede estadual que atuam na área e não têm licenciatura, comenta. Desde 2003, a Uneb vem desenvolvendo ações nessa modalidade, já tendo realizado programas nas áreas de graduação, extensão, pesquisa e pós-graduação.

Essas iniciativas fazem parte da Rede Educação, um projeto coordenado pelo Instituto Anísio Teixeira e a Secretaria da Educação do estado da Bahia. A Universidade Salvador (Unifacs), por exemplo, já vem executando, desde 2004, o curso de letras para professores da rede estadual. Por enquanto, essas ações estão sendo direcionadas ao corpo docente, mas em breve a Uneb abrirá os cursos para a comunidade, como o de pedagogia a distância, que aguarda aprovação, afirma.

Segundo Lynn Alves, a EAD vem também pontuando as ações junto às instituições de ensino privadas, a exemplo da Universidade Norte do Paraná, que atende hoje ao interior baiano com cursos abertos à comunidade, entre eles, normal superior, letras, turismo, gestão de vendas e marketing. Vale ressaltar a experiência da Faculdade Baiana de Ciências (Fabac), com o curso de ciências contábeis, o primeiro a distância do Brasil, acrescenta.

A Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) também conta hoje com nove cursos de graduação a distância, todos autorizados pelo MEC, gerando um total de 43.500 vagas, com 98 unidades pedagógicas em oito estados do país. Na avaliação do diretor geral da FTC EAD, Waldeck Ornelas, a educação a distância surge como o principal caminho para a democratização do ensino superior. São cursos geralmente mais baratos, que colocam doutores e mestres, através da tecnologia, em contato com alunos de diversas localidades, destaca.


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Associação orienta sobre sistema


Para o diretor científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Waldomiro Loyolla, a comunidade acadêmica e o Ministério da Educação (MEC) já reconhecem hoje a importância dessa modalidade de ensino no país, amparada na crescente profissionalização das instituições e na franca expansão desse sistema. Entretanto, segundo explica, é fundamental que a sociedade compreenda as particularidades desse segmento, que envolve diversos modelos de educação, reunidos basicamente em dois grupos. Existe um modelo oficial, que são as entidades autorizadas pelo Ministério da Educação para a outorga de diplomas nessa atividade de ensino a distância. Nesse grupo, a maioria dos cursos já existentes está na área de pedagogia e licenciatura, embora já existam outros programas de graduação pelo país em setores como engenharia química e administração de empresas, afirma.

O segundo grupo, de acordo com o diretor, está na área de formação profissional ou educação continuada, onde os cursos a distância são mais específicos e envolvem um campo mais técnico, como os programas de empreendedorismo oferecidos pelo Sebrae. Na avaliação de Waldomiro, a compreensão dessa divisão é importante antes de verificar a qualidade do sistema que está sendo oferecido. A pessoa que busca um curso com graduação e diploma deve observar se a instituição é credenciada junto ao MEC para ensino a distância. Isso pode ser feito no próprio site do ministério, no endereço www.mec.gov.br. Já no caso dos programas de qualificação profissional, a orientação é investigar o órgão que está oferecendo o curso, averiguando a seriedade da organização, ressalta.

Outra dica, segundo frisa, é avaliar a estrutura do programa, já que nos cursos a distância para nível superior são imprescindíveis a realização de encontros presenciais, principalmente para a realização das provas finais em cada disciplina. Isso evita fraudes. Contudo, em programas de formação básica, que não levam diploma, o ensino poderá ser totalmente a distância, explica. De acordo com o Ministério da Educação, outra dica importante é analisar a relação professor-tutor-aluno, que deve ser de, no máximo, um professor para cada 50 tutores e um tutor para cada 50 alunos. O objetivo da medida é evitar que os profissionais fiquem sobrecarregados, garantindo assim a qualidade no atendimento aos alunos.


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Estudo faz radiografia da EAD


A Associação Brasileira de Educação a distância (Abed) e o Instituto Monitor lançaram este ano o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraed/ 2005), o primeiro estudo detalhado sobre essa modalidade de ensino no país. Segundo a pesquisa, existem hoje cerca de 166 instituições credenciadas oficialmente para ministrar cursos a distância no país, nos níveis federal, estadual e municipal. A partir do estudo, constatou-se também que mais de 1,1 milhão de pessoas estudaram através dessa modalidade no país em 2004, incluindo o público das unidades credenciadas e de outras instituições que, embora não tenham um credenciamento oficial, têm projetos de educação a distância (EAD), a exemplo do Sesi, Senai e Sebrae.

O Anuário revelou ainda que o número de estudantes por EAD nos níveis de graduação e pós-graduação cresceu mais de 100% entre 2003 e 2004. A pesquisa mostrou que 54% das instituições que aplicam esse sistema ficam na região Sudeste e são responsáveis pela educação de 53% do total de alunos a distância. Já no Nordeste fica o segundo maior grupo do país, com 18,7% do total de estudantes, seguido de perto pela região Sul (17%). Entre as mídias mais utilizadas, está o conteúdo impresso, com 84%, seguida do e-learning (63%) e do CD Rom (56%).

Nos cursos a distância, de acordo com o estudo, a prova escrita presencial é a forma mais comum de avaliação, sendo utilizada por 92% das instituições, sendo que os recursos mais comumente oferecidos aos alunos são e-mail (89%), telefone (84%), professor presencial (77%) e o professor on-line (67%). O levantamento observou também que unidades que ministram cursos com credenciamento estadual (ensino de jovens e adultos-EJA, técnicos, básico e médio) educam praticamente o mesmo número de alunos a distância que instituições que ministram graduação e pós-graduação.


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Acesso à universidade


Como resultado do desenvolvimento desse sistema de ensino no país, algumas instituições vêm incrementando a oferta de cursos para esse segmento. A Associação Internacional de Educação Continuada (Aiec) está oferecendo o primeiro curso superior de administração de empresas via internet reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com o coordenador da Aiec no Nordeste, Luis Carlos Carvalho da Silva, a iniciativa visa atender, em especial, a uma parcela da população situada longe dos centros urbanos e com dificuldades em ingressar no ensino superior, além de profissionais que desejam completar os estudos, mas que devido à rotina de trabalho não encontram tempo para freqüentar a sala de aula.

O curso é idêntico àqueles praticados nas faculdades convencionais, com as mesmas disciplinas. A diferença é que a sala de aula é no computador. É uma opção compatível, em termos de custos, com qualquer outra unidade e o aluno ainda estuda a hora que quiser, comenta.

Segundo a entidade, que forma agora em dezembro sua primeira turma, o curso de administração possui grade curricular de quatro anos, com mensalidade em torno de R$462 e disponibilidade de 1.500 vagas no país por semestre. O ingresso no programa requer as mesmas exigências de admissão no nível superior, sendo necessário a prestação do exame vestibular presencial ou processo de transferência. Com 38 professores e 179 tutores, as aulas do curso são semipresenciais, onde o aluno realiza atividades tanto via rede como em classe. O conteúdo das matérias fica à disposição do estudante 24 horas por dia, 7 dias por semana, sendo que o graduando é quem escolhe o melhor momento para as aulas.

Noventa e cinco por cento do curso é totalmente pela internet. Apenas uma vez por mês o aluno se desloca para uma das nossas unidades para a execução das provas oficiais e trabalhos em grupo. Os encontros têm a orientação de um tutor, que atua como moderador e facilitador das discussões, afirma Luis Carlos. Para as atividades presenciais, a associação conta com dez centros regionais, em Salvador, Brasília, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, além de mais de 40 pólos de encontro de estudantes.

Fundada em 1999, a Aiec conta hoje com 3.500 alunos. A entidade está presente ainda em países como Estados Unidos, Angola e Japão. Além do curso de administração, a Aiec também oferece cursos de extensão adaptados para empresas ou setores específicos. Em janeiro, estaremos inaugurando um curso de pós-graduação em administração. É uma MBA voltada para planejamento de negócios, ressalta.


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Modalidade avança nas empresas


A modalidade de ensino a distância já desponta também como uma importante ferramenta de aprendizado no segmento das grandes corporações empresariais. Amparada nos avanços da transmissão via internet, as empresas vêm adotando o sistema como uma das principais plataformas de qualificação de seus funcionários. Na avaliação do gerente do Núcleo de Educação a Distância, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Ricardo Santos Lima, nos últimos anos houve um incremento considerável desse mercado entre as organizações industriais. Há uma demanda enorme nesse setor. As grandes indústrias no estado, como Petrobras, Braskem, Telemar, entre outras, estão treinando e formando seus colaboradores através do sistema de educação a distância, comenta.

Segundo dados do portal E-learning Brasil, site especializado em informações sobre ensino on-line, desde 1999 até o ano passado, o setor já registrou um crescimento de 65% junto às empresas no país. Em 2002, a partir de pesquisa do portal, os investimentos das organizações empresariais nesta ferramenta eram de R$52 milhões, sendo que em 2004 esse número saltou para R$102 milhões, com previsão de um incremento acima de 40% para 2005. As vendas, soluções e serviços no mercado mundial devem atingir US$23 bilhões até 2006.

De acordo com Ricardo Lima, aspectos como o processo de globalização, que tem acirrado a competição entre as companhias, juntamente com as sucessivas transformações tecnológicas - que vêm exigindo atualização constante por parte dos profissionais - são alguns dos fatores que têm estimulado a participação dos empresários nesse setor. Antigamente, era mais difícil convencer as indústrias a investir na educação a distância. Contudo, com o passar do tempo, o treinamento presencial ficou muito convencional. As unidades perceberam que precisavam de um sistema de capacitação com maior velocidade, afirma.

Entre os programas de ensino a distância oferecidos pelo Senai estão cursos para o segmento químico e petroquímico, com duração variando de dois a quatro meses. Na Bahia, o serviço atua em educação a distância desde 1998, quando implementou a série Edumax, voltada para atender demandas do setor industrial. Atualmente, o Senai está desenvolvendo um projeto de educação a distância intitulado Identidade Digital, de iniciativa da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que visa garantir à população baiana o acesso às tecnologias da informação e da comunicação.
 

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